Ação Moradia dá apoio a famílias de baixa renda de Uberlândia



A organização não governamental já beneficiou mais de 20 mil pessoas. 
Hoje, atende 320 famílias de nove bairros de Uberlândia.



Uma casa para quem não tem quase nada. Com essa ideia um grupo de Jovens de Uberlândia, Minas Gerais, começou a trabalhar. Assim, apareceu a ONG Ação Moradia.
Os desafios de Eliana Setti, fundadora da ONG Ação Moradia, começaram há 18 anos, quando ela e um grupo de jovens visitaram a periferia de Uberlândia. “Eles descobriram que havia famílias com fome, sem moradia, sem quase nada”, lembra.

“Eles propuseram começar a ajudar na construção das casas. Isso foi o inicio de todo o trabalho da Ação Moradia, que na época não tinha nem nome”, diz Oswaldo Setti de Almeida Filho, diretor executivo da Ação Moradia.

Desde então a Ação Moradia já beneficiou mais de 20 mil pessoas. Hoje, atende 320 famílias de nove bairros de Uberlândia. A maioria são assentamentos irregulares.


“Usamos como estratégia a construção de casas com tijolos ecológicos aliados a empreendimentos econômicos solidários e projetos de desenvolvimento de cidadania, segurança alimentar e projeto ambiental. A fábrica de tijolos, na realidade, é um dos primeiros projetos. É o projeto que carrega até o nome do Ação Moradia, pela própria moradia. E ele é o projeto que mais permite a inserção social da comunidade”, explica Oswaldo Setti de Almeida Filho.


“Muita gente fala que isso é para homem. É serviço pesado. Eu não acho que é para homem. É pra mulher também. Basta a gente querer e ter força de vontade. A gente pode fazer essas coisas”, avisa a operária da fábrica de tijolos
Patrícia Silva Santos.


Tocada por mulheres, a fábrica funciona todos os dias e produz uma média de 42 mil tijolos por mês. Essa quantidade é suficiente para construir quatro casas.
É de um monte de terra que começa o processo de fabricação de um tijolo. Os tijolos ecológicos secam naturalmente e precisam de menos argila que os convencionais. A cada mil tijolos fabricados, sete árvores são preservadas.

“A utilização dos tijolos ecológicos permitia uma inserção muito forte das pessoas no projeto e também tinha essa conotação ambiental. O tijolo preservava as margens e encostas de rios que hoje são tão danificados pelas olarias convencionais. Ele também preserva a natureza por não queimar madeira”, esclarece Oswaldo Setti de Almeida Filho.
O olericultor Oscar Pereira De Albuquerque é o único homem que trabalha na fábrica de tijolos. “Eu sou o supervisor da fábrica. As mulheres são mais sensíveis e mais trabalhadeiras. Elas obedecem mais. Para a fábrica de tijolo só deu certo trabalhar com mulheres. Homem não adaptou na fábrica”, revela.

Os tijolos são vendidos e a renda dividida entre as mulheres da fábrica.
“A gente trabalha a visão delas de desenvolvimento econômico. Se elas estão assim hoje, elas podem estar muito melhor amanhã. Essa é a parte de desenvolvimento maior, tanto pessoal quanto profissional”, esclarece Dienne Santos de Souza, coordenadora da fábrica.
“Eu consegui controlar as minhas contas e as conta do meu filho”, diz a operária Naiara Cristina de Oliveira.

A operária Maria Santana de Lima trabalha na Ação Moradia há 12 anos. “Primeiro, eu passei no setor da limpeza. Fiquei uns cinco anos e tanto na limpeza. Depois da limpeza, decidi vir para a fábrica. Eu faço de tudo um pouco. Mas o que eu gosto mais de ficar peneirando a terra. Eu acho bonito demais peneirar”, diz.

A operária Maria Santana saiu da Bahia com o marido e os três filhos há 14 anos. Dois anos depois, ela conheceu o trabalho da Ação Moradia. Mesmo sem saber ler e escrever, Santana ganhou o primeiro lugar no concurso de poesia.

A cozinheira Lucimeire Ferreira já realizou o sonho de ter sua casa. Em regime de mutirão, fabricou os tijolos e construiu a casa no conjunto habitacional. “A gente começou a fazer os tijolos em 2003. No comecinho de 2004, a gente foi começar a construir as casas. A coisa mais maravilhosa do mundo é olhar a casa e ver "eu fiz". Mesmo que seja pequenininha, eu sinto a minha mansão”, orgulha-se.

A casa de 47 metros quadrados tem dois quartos e sistema de aquecedor solar. Lucimeire fazia comida para os vizinhos durante o mutirão. Ela foi descoberta pelos fundadores da Ação Moradia e chamada para fazer parte do projeto. “Hoje, eu me sinto uma pessoa diferente. Eu acho muito importante na vida quando a mulher vê que ela é dona do seu próprio nariz”, conclui.

Fonte: G1.com

A Ong Moradia e Cidadania MG através do comitê Uberlândia é parceira das ações da Ação Moradia.

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