Tentar

Tentar é arriscar-se ao fracasso. Mas os riscos têm de ser corridos, pois o maior perigo na vida é não arriscar nada. A pessoa que não arrisca nada não faz nada, não tem nada e não é nada. Pode evitar o sofrimento e o pesar, mas não pode aprender, sentir, mudar, crescer, viver, amar. Acorrentado por suas certezas é um escravo. Sacrificou seu maior predicado, que é a sua liberdade individual. Só a pessoa que é livre arrisca. Para arriscar é necessário ser livre. Manter-se escondido, prender-se devido a idéias castradoras é morrer. Não deixe que isto aconteça. A sua maior responsabilidade é tornar-se tudo aquilo que você pode ser, não só em seu benefício, mas de todos.
"Leo Buscaglia".
Selecionei este texto, como auto motivação, para escrever sobre as pessoas que passaram pelos encontros presenciais da Rede Conhecimentos Livres (RCL) no período de 2005 a 2009. Me refiro de mais ou menos 60 pessoas, mulheres, homens, jovens e adultos.
Nunca tivemos medo de debater idéais, de trabalharmos com a diversidade e diferentes níveis de conhecimento, na construção de nossos conceitos. No processo de crescimento nos é recomendado, sempre parar e refletir sobre nossas práticas, para encontrarmos equilíbrio, sabedória e paz espiritual. Num desses momentos, fazendo um breve balanço, fiquei surpreso com o tanto que aprendi com essas pessoas, nesses 05 anos, para mim pareceram 20, confesso que me senti velho e um pouco cansado, de fato. O perfil do grupo, em linhas gerais, é composto por pessoas que prestam serviços em instituições de base, que atendem comunidades de baixo IDH, responsáveis pela parte de informática, digamos assim, de forma bem genérica e indefinida. Na maioria das vezes alternando suas funções supostamente educativas ou formativas, com outros afazeres administrativos relacionados ao computador. Mesmo com este quadro pouco alentador para um ambiente de estudo, capacitação, produção e desenvolvimento, que é a proposta da RCL, fomos surpreendidos pela rápida disseminação do vírus da liberdade, pouco a pouco estes jovens, que inicialmente contestavam tudo defendendo suas antigas e cômodas posições de detentores do conhecimento MS/Windows e Cia Ltda com apostilas encadernadas para o ensino do Windows, Word, Excel e Internet e um sólido porta estandarte escrito "capacitação para o trabalho". Assim começamos a construir nosso conceito, tomando o maior cuidado para nunca afirmar, que A é melhor que B, apenas mostrar que o que A faz, B faz também, e que o conhecimento é universal e deveria estar disponível para todos.
Na minha função como coordenador deste projeto, procurei mostrar sempre a estes jovens, que se apropriando do conhecimento, teriam melhores condições para buscar relações de trabalho menos unilaterais para o futuro. No balanço geral percebo que neste universo de 60 pessoas, ocorreu um levante verdadeiro, eles arrumaram, mudaram, insatisfeitos trocaram de emprego e procuraram seus próprios caminhos.
Hoje quando precisei dos serviços pontuais de alguns deles, me deparei com o fato de estarem todos trabalhando e sem tempo para free-lancer, que maravilha, vocês percebem a importância destes fatos?
Um forte abraço para todos.
Por: Manuel Alejandro Castañeda - Acessor Estadual de Projetos

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